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Nesta penúltima semana do ano, em que se comemora o Natal, é difícil fugir do transcendental tema dominante das conversas para tratar de assuntos mais específicos como a situação do comércio marítimo internacional, questões portuárias etc. Até as decisões relativas aos assuntos portuários, novos negócios, ficam para o início de um novo ano, época tradicional de renovação nos cronogramas das empresas, nas políticas de metas etc.
Neste cenário, sobrepaira a figura do Papai Noel ou Père Noel para os latinos, São Nicolau ou Santa Claus para outros povos. Um bom velhinho que, conforme tradição firmada nos últimos dois séculos, sai pelo mundo na noite do dia 24 de dezembro, entregando presentes. E em algumas horas consegue cumprir sua enorme tarefa e retornar à sua casinha em Rovaniemi, vilarejo finlandês junto ao Círculo Polar Ártico...
Neste ano que vai terminando, enquanto vê a neve derreter mais rapidamente em volta de sua casa, Papai Noel deve estar analisando outra conseqüência importante do aquecimento global, que é a abertura de novas rotas marítimas passando bem pertinho de sua vila, por mares até então quase eternamente congelados. Isso implica em que logo precisará refazer a logística impecável que usa para a entrega dos presentes, incorporando essas novas opções. Precisará também ficar mais atento, para desviar de furacões, monções, tsunamis e outras surpresas do clima mundialmente ameaçado.
Decerto, isso não será problema para alguém dotado de tanto poder mágico. Alguém que consegue vencer toda a fantástica burocracia aduaneira que deveria controlar a entrada de qualquer mercadoria nos países, mas barra a passagem do que está regularmente documentado e é estranhamente permeável ao ingresso de contrabando, narcóticos, armas e tudo quanto seja ilegal. E isso não é "privilégio" das tais "repúblicas das bananas", pois com todo o aparato de controle, os produtos ilegais entram facilmente mesmo nos países mais desenvolvidos e detentores – supostamente – de controles mais eficientes.
Só sendo mágico para transportar tanta mercadoria, para tantos países diferentes, sem ficar retido em meio a tanta burocracia. Mágico ou... criminoso. Porque o empresário honesto, que segue à risca os regulamentos, é penalizado com todo tipo de restrições, custos, atrasos...
Papai Noel também conta com a indispensável ajuda de seu trenó voador. Assim, não depende de ferrovias ultrapassadas e seus constantes descarrilamentos, ou de rodovias eternamente esburacadas com seus contínuos acidentes. Também não depende de armazenagem, oficial ou particular, para manter suas cargas disponíveis "just-in-time". Se dependesse da insuficiente e muitas vezes desaparelhada infra-estrutura disponível em certos países , provavelmente as criancinhas receberiam seus presentes no dia 1º de abril...
Trenó voador não precisa atracar em porto, e é a sua sorte, pois em certos portos, alguns bem conhecidos, afundaria na lama, seria saqueado por "piratas" de cais, teria de passar por toda uma babel de problemas motivados por gestores indolentes ou incompetentes, para dizer o mínimo.
Mesmo com toda a sua mágica, entretanto, Papai Noel deve estar preocupado: com o tráfego aéreo crescente, pode ser atropelado por algum avião. Pois não é que, além de não usarem mais o radar, alguns aeroportos estadunidenses já estão testando um sistema em que um avião, ao decolar, atravessa a pista de pouso exatamente por trás de outra aeronave que está aterrissando? Tolerância zero a erros!
Mas, preocupado mesmo, Papai Noel deve estar em sobrevoar certas favelas sulamericanas, onde falta alimento para as crianças, mas sobram metralhadoras antiaéreas ponto 30, prontas a derrubar qualquer coisa que sobrevoe seu "espaço aéreo"...
Talvez por tudo isso é que cada vez menos se ouça o tradicional "Ho! Ho! Ho! Feliz Natal!" – que, mantendo viva a tradição, queremos desejar aos nossos leitores.
Fonte: www.portogente.com.br
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
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